Maroc - TRIBUNADATAUROMAQUIA.COM - A La Une - 26/Aug 20:25

El artículo insuperable de la doctora Ester Tereno : "A Fêra- Avalanche Festiva"

Nota del Director : Es probable que este artículo, a través de nuestra web, llegue de sobra a tiempo para el inicio de las grandes fiestas de Barrancos, en la recta final de cada mes de agosto. Es probable que, editado en nuestra revista-suplemento semanal, ahí llegue en plenos días de fiesta. Sea como fuere, antes de la fiesta o durante la fiesta, no hay nada más hermoso que leer un texto que irradia amor a la tierra familiar por los cuatro costados. Y por si no lo dijese doña Ester Tereno, ocupada en plasmar en el papel tantos y tan buenos sentimientos, vamos nosotros ahora y lo decimos :¡Viva Barrancos!, ¡vivan los barranqueños!, ¡viva esa tierra bendita de hermanos a uno y otro lado de una "raia" que para ellos no existe!... así es que, también, ¡viva Encinasola... y con ella la hermandad ibérica nunca mejor expresada!.A Fêra- Avalanche FestivaPois é, só os mais distraídos poderiam pensar que em Agosto, eu conseguiria escrever sobre outro assunto que não as minhas Festas... Serei chata, mas é o que cabe por estas alturas.Ai que nervoso miudinho! A partir de dia 28 de Agosto, encontro marcado numa das terras mais típicas, salerosas e castiças do nosso País, a minha! A pré-Fêra. Os dias antes, comprar entradas, quem vem, os convidados, aquele familiar que só vemos nesta altura, orientar os alojamentos, preparar as casas, as comidas já adiantadas, porque depois, não se tem tempo para nada.Esta particular joie de vivre (alegria de viver), que lida com a consciência de estar vivo pelo milagre de estar cá, e de não estar em mais lado nenhum, senão aqui.E daremos abraços e relembraremos histórias de sempre e seremos felizes assim estes dias. Se calhar estar vivo, seja isto mesmo, fazer o mesmo a cada 28 de Agosto como uma condenação bendita, feliz, bem-disposta e sortuda, sinal que estamos vivos e juntos mais um ano.A dose de vitamina anual ideal. Os que entendem todos os rituais. A açorda depois do encerro. Que não é uma largada, nem uma entrada, mas um "encerro”, e a esta açorda ir-se de directa, dos bailes espectaculares, de toda a vida os temos, à espanhola, com orquestras espanholas, que tocam as "nossas" músicas, que sempre cantámos, que sempre fizemos as suas coreografias, que sempre vimos os nossos pais dançarem. É o comer carne de toro com tomate todos os dias”. É o passar na rua e atirar um "ainda não fui à cama", e todos entenderem e respeitarem, porque tudo é preciso na festa!Este são tão bem-vindos que são quase considerados como mais um dos nossos.  E são corridas, não são festivais, não é uma capeia, é sim uma corrida de toros de morte. E não entendo como de repente, há uma meia dúzia de anos para cá, "moda", os toureiros começaram a vir de traje curto. Se isto não é um Festival Senhores!! Toda a vida a ver como brilhavam o ouro e a prata dos seus trajes debaixo do céu mais bonito do mundo, o Barranquenho. A ir à casa onde trocavam de roupa, tocar, tomar o peso daqueles fatos de super-heróis, obras de arte. Não entendo.Sabem aquela sensação contagiante e vibrante? Não, não é apenas isso, é a alegria das festas em torno do touro, sempre o touro! Até tenho amigos “não-taurinos”, racionais e ponderados claro, que reconhecem que as festas mais giras, com ambiente mais saudável, são as dos touros! Não é preciso dizer muito mais. O touro é a coluna vertebral da vida de tantas pessoas que celebram a tauromaquia, pessoas que, sem esse elemento aglutinador, nunca se teriam cruzado sequer. Nunca poderíamos substituir esta expressão artística, estes rituais, esta irmandade de pessoas se se extinguir o touro e triunfar a moralidade pseudo- animalista. NUNCA! Quando nos jogos de Futebol deixarmos de ouvir os oles, quando deixarmos de ouvir frases como "agarrar o touro pelos cornos", quando deixarmos de ouvir falar em aficionados disto ou daquilo, quando a Lamborghini deixar de baptizar os seus carros com nomes de touros e termos taurinos, quando retirarem do logotipo aquele totem de poder e força que é o Touro Bravo, quando os touros dos desenhos animados deixam de ser pretos e com cornos pontiagudos, quando as meninas param de usar Manoletinas.Quando tudo isto acontecer e for relegado ao esquecimento, poder-me-ão dizer que as touradas e a sua cultura não transcendem a sociedade.A importância do touro é indiscutível, e para nós, a importância de honrar a excepção que conquistámos é imensa! As nossas corridas de touros apenas podem ser realizadas nestas datas e nesta obra de arte, nos tabuados! Uma obra de engenharia fabulosa, que transforma a nossa linda Praça da Liberdade numa praça de toros capaz de acolher gente e mais gente, o epicentro de tudo. Uma alegria quando os começam a construir, uma tristeza quando os desmontam. O que se vai ver sempre mal se chega, a ilusão das crianças.As crianças andam loucas, esta bendita loucura que os leva a querer ir sempre ver a praça, os “tabuados”, onde toureiam os touros imaginários, onde se divertem como nenhumas outras! Nesta época, todas as crianças são toureiros, a inocência infantil, porque ainda compreendem de uma forma esférica, perfeita que o mais importante são a beleza e a galhardia. E é o mais importante que se pode levar pela vida fora, que a enfrentemos de capote na mão, para abrir el compás, triangular o touro e lidar com todas as adversidades. Na festa mais bonita do mundo, sentimos que tudo é possível e cresce-nos o peito de alegria.Com início a 28 de Agosto, com o dia religioso, a sua procissão solene, a festa explode e a rotina, o cansaço e a desesperança partem-se em mil pedaços, e nada será como antes.Há uma carga emocional especial nestas festas, e não só pelo trabalho que deu manter a parte taurina, mas pela união (lá está, sempre a união), ambiente e especificidade das mesmas. Sim, porque nós somos Lusos, Alentejanos, mas também Extremeños e Andaluces, e quem não sabe porquê, pode sempre perguntar ao Dr. Google sobre o assunto.Às 18h00 entra a banda na praça, depois dos banhos na arena, com as pessoas devidamente “arrumadas” nos tabuados, e aí começa o espetáculo. Outra sorte minha, e mais, a sorte de alguns talentosos meninos que por lá passaram vingassem neste mundo. E este ano regressa o Maestro Antonio Ferrera! E é um orgulho voltar a vê-lo por cá, uma das primeiras praças onde se iniciou, em 1991, na minha terra, Barrancos! Que sorte a nossa!Toureia dia 30 próximo, numa Praça que conheceu aos 13 anos, rectangular e perigosa, mas cheia de amor por sinal, a minha!Temos também Esaú Fernández e Manuel Dias Gomes no dia 29, e Manolo Vásquez no dia 31. Ah, Barrancos nestes dias é um Portal Cósmico cheio de vórtices em que o espaço e o tempo se misturam de tal forma, que nos raptam e teletransportam para várias dimensões. E às 8 da manhã, como sempre, terminamos um dia de festa a ver um encerro.Boa Fêra a todos!DRA. ESTER TERENODel mes de septiembre de 1991, debajo reproducido, portada del jornal "LUZEIRO",en cuyo final hay referencia expresa a la presencia aquel año de António Ferrera, entre los matadores de los tradicionales espectáculos taurinos de Barrancos... junto a un también muy joven Morante de la Puebla.(Foto : "Estado de Barrancos")